04 - Recursos: Sendo um leitor estratégico


Os estudantes de direito dedicam boa parte do seu tempo à leitura, com a finalidade de desenvolver habilidades de reflexão e trabalho.

Contudo, ler um texto de forma superficial é bastante diferente de compreendê-lo. 

Por isso, muitos estudantes encontram dificuldades quando enfrentam perguntas em provas escritas e orais sobre determinado conteúdo. 

De todo modo, não basta ler o texto para dominar seu conteúdo. 

Existem estratégias que nos auxiliam na construção de uma estrutura que se pode utilizar, posteriormente, para exposições escritas e orais, seja em provas ou em trabalhos acadêmicos. 

Destacam-se, então, algumas dessas estratégias:
  1. Leia a ementa da disciplina que você está cursando;
  2. Faça uma pré-leitura do texto como preparação para a aula;
  3. Sublinhe e destaque o texto;
  4. Faça anotações e comentários sobre o texto;
  5. Procure orientação com o professor.
1. Lendo a ementa da disciplina

Antes de ler o texto indicado pelo professor, procure pela ementa da disciplina. Nela, você poderá verificar os temas tratados no curso e examinar os objetivos propostos pelo professor, tendo mais informações sobre o que será tratado você não parte do zero, na sala de aula.

Veja o exemplo de uma ementa, clicando aqui.

Com a leitura da ementa você já sabe o que esperar da disciplina e como relacioná-la com outras disciplinas e com o seu dia-a-dia.

2. Fazendo uma pré-leitura do texto

Antes de iniciar a leitura do texto, pergunte-se o que você sabe sobre o assunto em questão, a partir do contato inicial que tem com o título.

Procure ler também os títulos dos capítulos e subcapítulos e reflita a respeito do que você
espera do texto.

Ao longo da leitura, verifique se suas previsões se confirmam.

Debruçar-se sobre o texto com uma “noção” do que será tratado pelo autor ajuda a entender melhor o seu conteúdo e fixar as informações contidas nele.

Exemplo de sumário, extraído da obra "Registros Públicos: Teoria e Prática", de Luiz Guilherme Loureiro, Editora Método, 2010:


3. Sublinhando

Não é raro que estudantes se queixem da dificuldade de definir o que destacar num texto. Muitos sublinham tudo, outros nada. Diante desses problemas, percebe-se que se trata de uma técnica mais complexa do que parece. 

Primeiro, lembre-se que sublinhar um texto só é uma técnica válida quando o livro (ou o material impresso) for seu. Jamais sublinhe o livro de outra pessoa ou de uma biblioteca. Isso é falta de respeito com os demais colegas, que usarão aquele mesmo material. Sublinhar é destacar o que lhe parece importante, que pode não ser o mesmo para o colega que usará depois.


a) Quando sublinhar?
O trabalho de sublinhar um texto é simultâneo à leitura. De todo modo, você pode preferir sublinhar o texto após uma leitura inicial.

b) Quanto sublinhar?
Aquilo que é sublinhado só se torna útil quando o estudante seleciona uma quantidade reduzida de informações do texto.

c) O que sublinhar?
Procure sublinhar as ideias-chave e as definições utilizadas ao longo do texto. Cada disciplina possui uma linguagem própria, geralmente relacionada aos objetivos estabelecidos pelo professor nas ementas dos cursos.

d) Como sublinhar?
É importante diferenciar o que você está sublinhando. Uma estratégia interessante pode ser usar cores ou formas de sublinhados diversos, diferenciando, por exemplo, os argumentos da conclusão.

4) Fazendo anotações e comentários

As anotações e os comentários sobre o texto são úteis para serem usados posteriormente, sem que você precise ler todo o texto novamente, tanto para estudar quando você for se preparar para as provas, quanto nos momentos em que for elaborar trabalhos para as disciplinas. 

Você pode, portanto, anotar no próprio texto e ainda criar documentos com suas anotações. Alguns tipos de anotações e comentários são: Palavras-chave; pequenas frases; resumos curtos; tabelas e diagramas.

Se o livro for seu, você pode anotar no material em si, no canto do texto ou nas bordas, por exemplo. Se o material não for seu, ou se você for o tipo de aluno que compreende e memoriza melhor os conteúdos escrevendo sobre eles, não deixe de produzir suas anotações sobre o texto lido, de modo que não precise voltar ao livro quando quiser estudá-lo ou falar sobre ele.

É importante que as anotações sejam compreensíveis numa releitura do material, ainda que tenha se passado um bom tempo, sem precisar que você volte ao livro, bastando olhar para as suas anotações para compreendê-las. É comum que o aluno use anotações do início da faculdade, no final dela, para escrever seu Trabalho de Conclusão de Curso. 

a) Palavras-chave
Quando as anotações forem feitas em palavras-chave, deixe claras as relações entre elas. Lembre-se de correlacionar o que leu, para facilitar a sua memória e sua lembrança. Explicar uma palavra também pode ser útil.

b) Citações, resumos e pequenas frases
Você deve preferir utilizar palavras suas, explicando o que leu com as suas palavras, a não ser quando for importante fazer uma citação. Citações são cópias de trechos do texto que você está lendo, elas são muito úteis, quando pretendemos produzir outros textos a partir daquele que estamos estudando.

Na citação direta nós apenas reproduzimos o que lemos, que pode nos ajudar a lembrar a ideia central do texto posteriormente ou, ainda, servir para ser utilizada depois em um trabalho. Na citação devemos sempre mencionar a nossa fonte, de onde tiramos o texto, usar aspas para mostrar que a frase não é nossa e, ainda, indicar a página da qual tiramos o material.

As anotações, por sua vez, devem ser curtas e objetivas, simplificando, sempre que possível, o texto original. A ideia é resumir o que você leu no texto, com as suas palavras, de modo que ao ler, recorde imediatamente o que dizia o texto principal. 

c) Tabelas
Tabelas podem ajudar a fazer comparações entre dois textos, por exemplo, em que em uma coluna você insere os conceitos de um e na outra coluna as informações do texto seguinte. É uma boa forma de comparar textos sobre o mesmo assunto, autores que tratam de temas parecidos.

d) Diagramas
Os diagramas são ferramentas interessantes para os alunos que têm memória visual, cuja organização das ideias por meio de traços, setas e caixas pode facilitar a lembrança do conteúdo do texto. Trata-se de representações gráficas de ideias, informações, conceitos e argumentos. O diagrama permite desvendar a estrutura do texto, relacionando os conceitos. Para montar um diagrama é essencial que você identifique as palavras chave do texto e tente representar no desenho a forma como essas palavras estão relacionadas.